16.12.09

Verrückt





Hoje eu estava cansada demais, fisica e emocionalmente. Sendo assim, tolerância zero.
Aí tive que parar em uma rua bem movimentada do Brooklin, onde não se acha lugar para estacionar. Como era rápido e tô sem grana pra besteira, não quis colocar o carro no estacionamento. Então parei em frente a uma loja, dessas com vagas na frente, afinal eu ficaria dentro do carro mesmo, esperando meu marido, então qualquer problema era só sair.
De repente, aparece um tiozinho e me chama. Tomei um baita susto, porque estava concentrada em um livro e não o vi. Ele veio com um papo que a dona da loja chegaria logo e que costumava ficar muito nervosa com gente parada em frente à sua loja. Questionei, disse que se ela aparecesse eu sairia no mesmo minuto, mas não teve jeito. Ele insistiu - educadamente, diga-se de passagem, mas eu estava irritada - e eu dei uma rezinha, ficando fora da área da mulher, mas na frente da loja ao lado.
Minha cabeça então começou a trabalhar loucamente, sei lá por quê, e eu, que sou boa em A+B, imaginei: Estou no Brooklin, que é bairro tipicamente alemão, na loja da mulher vende Advent Kalendar (um calendário típico alemão, para usar 30 dias antes do Natal. Só sei disso pq morei na Alemanha), o tiozinho foi claro quanto à chatice da mulher. Ela só pode ser alemã, daquelas bem ranzinzas, e toda metida a besta porque é dona da loja.
Dito e feito! Uns 30 minutos depois, um Civic preto para praticamente grudado na lateral do meu carro. Tive certeza de que era a tal. Ela começou a gesticular pra eu sair dali pra ela poder estacionar, só que eu já estava fora da vaga dela, então me deixei levar pelo dia evil. Fiz de desentendida até ela baixar o vidro e falar direito comigo. Com algum esforço pela língua, ela disse que eu TERIA que sair porque ela gosta (?) de fazer a volta com o carro bem onde eu estava, para poder entrar na vaga. Mas gente, não fazia o menor sentido! Inclusive ficaria mais difícil dela estacionar. Além do mais, do jeitinho que ela estava, ela entraria folgadamente na vaga.
Disse tudo isso a ela, que se irritou notadamente. Então ela começou a falar um monte de merda pra mim, em alemão, crente que eu não entenderia nada. Há! Se lascou. Xinguei a véia com toda minha sabedoria alemã das ruas. Até xingamento ridículo, infantil, eu usei. (ouvia as criancinhas do kindergarten chamarem umas às outras de Käse Kopf, que significa Cabeça de Queijo, e adorava! rs). Vi toda a vermelhidão alemã sumir da cara da mulher, que ficou branca que nem cera. No final, ela me chamou de cuzona, em alemão. Morri de rir da cara dela e comecei a bater palmas, bem cínica.
Fui podre? Fui, mas ela mereceu.

Passou

Ah sim, já que vou retomar este blog.
Referente a este post aqui, passou. Foram quase 10 anos, mas passou. Ufa!
Se quiser saber como, pergunte em pvt.

Emocionada


Pouco antes da morte da Elis Regina, em 1982 (estava com 7 anos), aprendi o significado da palavra emoção. Minha mãe explicou que poderíamos ficar emocionados por alegria ou tristeza. Achei estranho, entendi mais ou menos. Então, depois de assistir exaustivamente a repercussão da morte da cantora pela TV naquele dia, comecei a chorar. Minha mãe perguntou por que eu estava chorando e eu respondi: - É porque estou alegre com a morte da Elis Regina.

Criança se confunde, né? Ou eu já era retardada.