12.1.06

Paranóia

Sou web redatora, com quase 6 anos de experiência.

Tenho um currículo de respeito, com pomposos nomes de empresas e clientes brilhantes já atendidos. Adoro minha profissão, sempre gostei de escrever.

Puxa, você diria. Que maravilha.

Pois é. Mas...

Estou desempregada.
(puxa, como é difícil escrever isso assim, letra por letra, quase como uma confissão)

Tá certo que fiquei cerca de 2 anos batalhando por um comércio próprio, uma loja que não deu certo, mas fechei em julho passado, a frustração já passou e agora quero voltar pro mercado de web. Urgente.

Mas não é assim tão fácil.

Vejam só: enquanto uma agência costuma ter cerca de 10, 15 profissionais de design, ou seja, aqueles que fazem toda a arte dos sites, redator é sempre 1, no máximo 2. Não que não tenha trabalho, tem, e muito, mas é que o desenvolvimento de um layout pede muitos detalhes e diversos tipos de profissionais (designers, programadores, diretores de arte, de criação, etc), enquanto que a parte de texto pode muito bem ser resolvida por apenas um, acompanhado, talvez (raro, na verdade), de um revisor, pra agilizar o processo. Com isso, enquanto abro Clickjobs, Catho, Apinfo e afins e me deparo com dezenas de vagas para web designer, fico bem feliz no dia em que encontro UMA vaga para web redator e posso enviar meu currículo. Às vezes, demora muuuito tempo, meses até, pra pintar uma vaga decente.

Isso me deixa um pouco frustrada, e às vezes muito desesperada. E é nesses dias que fico mandando cvs incansavelmente, pra um sem número de agências. "Noiada" atrás de um emprego como um freak atrás de seus baratos. Fico ansiosa, não durmo quando alguém demonstra interesse e responde ao e-mail, enfim, entro num processo acelerado e doloroso, porque a espera é um veneno que consome devagar. E, apesar da grande fé que eu tenho, às vezes desanimo e penso em mudar de profissão, só pra me mover, me sentir viva, ganhar meu din-din, como faço desde os quinze anos. Mas aí lembro que talvez eu que esteja muito afoita, tomada pela ansiedade, e esquecendo que as coisas realmente acontecem somente quando têm que acontecer. Porque se não fosse assim, eu não teria tido as oportunidades maravilhosas que tive e não teria construído um currículo tão legal.

Então, eu continuo.
Até que alguém me diga: E aí, quando você pode começar?


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